Bunda não é talento
O destino da televisão agora é a internet, não
vamos dizer que o favoritismo continua dentro das telas de vidro que enfeitam a
sala, a proposta vai mais além. A chuva de informações é intensa como uma metralhadora
de guerra, e as propostas nos enchem com um espetáculo audiovisual cada vez mais
baixo e desinteressante, o garimpo dos talentos é um funil estreito com uma
boca bem larga, onde muitos entram, mas poucos conseguem passar.
O sonho do superstar é uma moda eterna, vão se
os ídolos, mas outros tomam seu lugar, a ideologia da fama à todo custo nunca
foi uma novidade, mas hoje em dia vem ganhando cada vez mais adeptos, com toda
essa inflamação dos meios de promoção pessoal vemos uma nova categoria surgir,
ou pelo menos uma definição mais didática: Os emergentes .
Agora tudo virou chance pra aparecer, é blogueiro, é vlogguer, é não sei o que, sem nome e sem prestígio que não
acrescenta nada na vida de ninguém, é um besteirol americano em vários
episódios, se viu um viu todos. É a definição básica de “mais do mesmo”.
Aparecer porque tem dinheiro, aparecer porque é
um rosto bonito, aparecer porque o corpo é uma escultura. Aparecer porque tem
talento, alguém já pensou? Claro, tem quem compre todo tipo de ideia, nós somos
parte da bagagem que levamos conosco, mas se o ditado de “ você é o que
você come” for verdade, então vamos nos nutrir de coisa boa, não é mesmo?
Existe todo um comodismo de uma publicidade bem
ensaiada, a simpatia aparente que vem carregada de sorrisos pedintes, a onda
agora é fazer a linha “ filho comportado”, daqueles que fazem o certo só
almejando um prêmio no final, mas nada de beijo na testa, o negócio aqui é
outro, uma curtida a mais na sua foto, ou um comentário combinado com alguém
que nem parece fazer parte do assunto. A “espontaneidade” é bem treinada por
baixo dos panos, fazendo showzinho de mundo ostentação e distribuindo prêmios
no final. A política do pão e circo é um eterno preto, nunca sai de moda.
E como as verdades nunca são poupadas, a moda é
ditada por quem à compra, se você dá crédito, ela vai continuar.
Mas não se enganem os emergentes, essa produção
em massa de novos blogueiros ( se
dizem blogueiros) que saem da mesma forma e se amontoam no estoque sociodigital
como bonecas prontas de frases
similares, o destino de vocês é um só.
Os Deuses da comunicação já falaram, e benditas
sejam as palavras de Hebe Camargo que aqui se repetem: Meu amor, bunda não é talento,
dinheiro não é talento.
Popularidade e carisma são um dom, não se abusa
dele quando não se tem
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