O Concerto das Palavras Erradas



O TOC é resposta plausível para um tanto aceitável de problema que a gente encontra, é uma justificativa para o incômodo, é um alivio para quem precisa de uma resposta. De fato, todo mundo tem algo do qual se incomoda, pode ir desde uma simetria desregular até um barulho nada sinfônico do pincel na lousa. Pois bem, eis que trago os arrepios dos linguistas e daqueles que tem uma noção precisa das regras da famigerada gramática: o erro.

Não precisa ser nenhum gênio da língua, nem um descendente do Prof. Pasquale para deixar uns vícios de lado, assim como a escrita ruim se habitua no erro contínuo, a boa colocação também é adquirida através da prática. Não foi hoje que o para se transformou em “pra”, e nem é motivo para tão boba discussão, o problema é como o TOC se manifesta, é quando o erro é gritante, é quando dói  na cabeça,  é quando dói na alma.

Se de 10 postagens em uma rede social, 6 estiverem erroneamente grafadas, não vai ser uma surpresa, os adeptos da linguagem errada por vezes não têm uma noção, aliás, perdão, noção tem, o argumento que se utilizará aqui é bem simples: preguiça de pensar.

Desde cedo já somos ensinados, “a”, “á”,”ã”, todos eles com um sonzinho diferente. Que linda melodia! As letras se juntam às consoantes e formam as palavras, as palavras se flexionam e conjugam verbos. A beleza reconfortante que agrada aos olhos por vezes é pequena, e nem esse prazer se tem mais.  Os adeptos da palavra errada estão aí, sem ninguém que os pare, sem ninguém que os alerte.

“Quer ver escrita correta, corre para um dicionário”. Quero ver alguém correr quando perder a vaga de emprego por quê vai descobrir que bora não é “borá”, que o “é” do verbo ser não é o mesmo “e” da adição, quero ver quando descobrirem que “mim” não conjuga verbo e que se o verbo existe no infinitivo, não é pra ser usado no presente.

O problema não é escrever informal, é escrever errado. Não é burrice não, é preguiça mesmo, e ai de quem vier com a balela de que a educação no país não é a mesma pra todos, esse argumento aí não cola. Se a gente escreve no computador, a gente usa um corretor ,a  gente só não usa bom senso, não é mesmo!?

As palavras são singelas, são simples, como as notas de um piano, se mal executadas aplica-se o conserto, se bem colocadas concertam-se sozinhas, não é bem uma sinfonia, mas ainda sim é música para os ouvidos, é acalento para os olhos.

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