Ninguém é Obrigado




Ninguém gosta de ser forçado à nada, isso já é um martelo batido. Ninguém gosta dessas pessoinhas que entram na maior, que ensaiam uma familiaridade que você desconhece, que travestem de simpatia toda uma falta de educação. Nos testes da nossa paciência a intimidade forçada é uma prova surpresa, a gente nunca sabe quando pode aparecer.

A boa educação é mais um comportamento social que qualquer outra coisa, traduz-se em entrar nas regras, em falar um bom dia, em dizer por favor, em dar pitaco só quando for chamado. A Educação tem status de nobreza, precisa ser culta e impecável. A educação é poética, é encantadora, mas não é um abre-alas, acima de tudo , os educados não detém o “ querer é poder” , falta uma coisa , um detalhe, que ensaio nem um pode presentear: a naturalidade.

Dificilmente nos perguntam como os amigos se tornam uma família, num intervalo ainda menor nós mesmos nem pensamos como as pessoas mais importantes chegaram a fazer parte das nossas vidas ( e permanecem). Tem gente que realmente não entende como as coisas são construídas, elas esquecem do natural, do espontâneo, forçam essa intimidade que a gente não deu, elas ferem a nossa vontade, elas acabam com o nosso tesão. Como um fósforo da cabeça riscada que apagou no ventinho e não viu o pavio todo (triste comparação, triste realidade)

Nos detalhes a finco notamos tudo o que faz parte de nós, que permitimos um outro conhecer, é como uma velha história de novos vizinhos, a gente se muda e eles trazem um agrado, a gente permite entrar na nossa casa, a gente mostra o nosso íntimo, as vezes nem tão à vontade assim, certas amizades levam tempo, alguns relacionamentos demoram a desabrochar em namoro. Permissão é algo que é dado, mas conforto é mais sutil, é sensível, é uma delícia de sentir, é um degrau à mais; nem todos sobem

Mas ainda sim há quem não entenda tamanha educação, na boca de uns a falta de paciência beira à grosseria, na de outros há apenas o   reflexo das poucas palavras, traduzidas em cada monossílabo indiretamente omisso, uma mensagem indireta que clama por ser entendida: “Não quero papo, por favor saia”.

A insistência alheia dificilmente é bem aceita, é rara a situação que um “Oi, tudo bem” acompanha um assunto relevante, poucos vem para compartilhar de uma informação em comum, menos ainda estão dispostos a receber um “fora” com classe, não querer conversa é sinônimo de grosseria, de impaciência, de desinteresse. E se for? Qual o problema?


Na escola do bom senso são muitos os que tem boa vontade, só não é bom confundir, se lhe falta amor próprio não cultive suas palavras em terrenos que não rendam frutos, a linha entre a boa vontade e o amor próprio é bem tênue, e por vezes acredite, querer ser notado não vale o pedido de atenção.

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