Doutores da alegria


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O texto a seguir contém cenas explícitas da realidade( Não aplicável a todos). Ao persistirem os sintomas o médico deverá ser consultado.

Sem vida social, sem tempo, sem coração... Assim podemos descrever a classe que ascende das mais diversas camadas sociais com desejo crescente de grandeza. Grandes mesmos são os médicos, que fazem por questão carregar como primeiro nome a palavra “doutor”, por vezes até sem trazer o vocativo de batismo, parece se fazer vital ( sim a palavra é essa) esse tipo de tratamento. Doutor só já está de bom tamanho, dispense os complementos. Respeito? Nem tanto. É mais questão de prepotência, pecado egocêntrico, que se planta como semente ainda nos anos de cursinho, e vai crescendo como erva daninha até tomar de conta do ser por completo. Bacharel.

Toda pompa vem acompanhada de promoção pessoal, em que cada etapa precisa ser computada, vista, apresentada, um vitrine de satisfação... Opa! Comemoração! A vitória da passagem vem travestida dos mais diversos temas, é um mês disso, tantos dias daquilo, é festa sem tema, é festa. O importante é “comemorar”. E haja festa, todas elas usando Medicina como propaganda de convite.

Sem argumentos para como o ofício vem sendo usado, cada vez menos com a intenção humanitária da coisa toda, obviamente que não deixando de reconhecer a importância das outras profissões, nem tampouco deixando de notar beleza no cuidado que deveríamos ter uns com os outros, mas a classe que cuida da “gente” merece sim uma atenção especial, não só os médicos, mas pelo andar da realidade, o grupo dos médicos parece ser aquela panelinha popular da escola, que todos admiram, mas que não estão nem um pouco ai pra ninguém, ou até esteja, afinal, todo espetáculo precisa de plateia, um show que eles mostram a cada dia, com trabalho duro, noites sem dormir, horas a fio de estudo, e querem ser recebidos com palmas de reconhecimento. Claro que não é difícil notar, que chegar aos pódios mais altos requer uma dose de disciplina e outras tantas de renúncia, sob o manto da dificuldade muitos explicam comportamento tão nojento, muitas vezes desumano. A faculdade é o começo de uma longa trajetória, em que as melhoras são financiadas, tendo em seus exemplos estudantis uma parcela social mais favorecida , enquanto que em outras, em quem é bem mais difícil entrar, observa-se  a parte intelectual, que aos poucos deixa a vitória e os sonhos pelos incessantes flashes de prestígio que vão sendo “ofertados”, são os mesmos incentivos que colocam uns contra os outros, monitorias, trabalhos, pesquisas, bolsas a serem conseguidas, uma espécie de pódio no qual é inadmissível chegar em segundo lugar.

Ser o melhor, para melhor servir. Uma resposta boa, muitas vezes até convincente. Não desmerecendo o mérito alcançado. Jamais! Quem chega em algum lugar , fez por onde estar lá, a diferença é como você vê essa vitória, a humildade passa longe dali ( quando passa). Ser o melhor para melhor servir, só se for aos próprios interesses, enquanto embala os dias na mecanização de prescrever um diagnóstico, com o descaso similar ao da caligrafia empregada, uma carta que falta ser finalizada com “ Tchau e benção”. Deus abençoe mesmo essas pobres criaturas, que as cure, ou que as receba no céu.

A realidade que se observa em volta disso tudo é realmente a da procura por status, e por vezes por mais talentoso que seja o curador, ainda vai faltar o que as pessoas procuram, graça e beleza. Quem está mal se rende aos nossos braços, se entrega, confia, quem está mal, triste, só espera um sorriso, um abraço , uma afago, um remédio para aliviar a dor, nem sempre vem escrito na bula, ou prescrito na receita, muitas das vezes vem da forma como você trata alguém, e esse alguém só precisa disso, de alguém que cure, que receite cuidado diário, no mínimo 3 vezes ao dia. Alegria maior é a de saber que alguém se preocupa, ficar bem são outros quinhentos. Na faculdade se ensina toda posologia, mas ela vai acompanhada de um beijo no rosto, ou de um abraço apertado, e isso não tem livro nenhum que recomende, tem que vir do coração, o que venhamos e convenhamos, tem muita gente sem ele hoje em dia. Falta de amor pode trazer riscos, em caso de suspeita de coração de pedra

 Faça o que os comerciais recomendam:  “procure um médico ou um farmacêutico.” E dissemine.

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