A doceria dos bons partidos



Gente bonita tá mais fácil de encontrar hoje em dia não é mesmo? Está cada vez mais acessível encaixar-se nos padrões ditados pela hipocrisia social. Detalhe, é acessível, mas não é fácil. Um corpo bonito ou um rosto impecável são sorte de quem tem dinheiro ou uma genética valiosa, não se pode negar, a aceitação vem mais fácil, é um cartão de visita.


É comum chegar numa festa e reparar a quão diversificada ela está, não existe mais aquele grupo seleto de pessoas, podem até parecer visualmente, um cabelo arrumado, uma maquiagem bem posta, um adereço comum no guarda roupa, no corpo de um é comprada á vista, no de outros as parcelas estão a se perder de contagem, mas isso não importa, o fato é que a diversidade está ali presente, como em todos os outros lugares. Mas... Foco aqui no exemplo. A intenção é por o holofote em um só.

A loja de doces é a metáfora da vez, é como entrar num universo encantador e delicioso, onde os sentidos se aguçam, os olhos se enchem, e o paladar saliva para provar não um só, mas várias dessas delícias  que podem nos presentear com o  título de “guloso”. Aqui chegamos a vitrine que apesar de diversificada se divide em bandejas, tal como em outros estabelecimentos alimentícios. Um docinho de pessoa, um sonho de rapaz, uma rosca! Agora sim.

Ao que dizer desse tipo tão doce, que visualmente parece o melhor da lojinha, mas que é super inacessível? É uma espécie de leilão, leva quem der o maior lance, quem insistir mais, quem oferecer a melhor proposta. O mal das roscas é esse, são superestimadas, são colocadas num pedestal, com toda aquela propaganda dos que só a admiram, mas que um dia sonham em provar.

De fato um sorriso bonito e um balançar de cabelo encantador podem parecer a propaganda perfeita para qualquer pessoa que adora atenção. É como ser o último doce da loja, o único do grupo que se gaba de não pegar ninguém, o diferentão, a rosca.

Não é que não valha a lei da oferta e da procura aqui, mas quando o produto é bom ele se vende sozinho, não precisa dessa autopromoção, dessa autovalorização, desses “não me toques” . Vale lembrar, até os frutos, por  mais doces que sejam, também apodrecem.


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