O que é passar vergonha pra você?

Outro dia fui à uma festa, não era dessas comuns que tem ao montes durante a semana , não era dessas que a gente decide de última hora que vem, nem tampouco que se utiliza da máxima “quero. Logo, vou”. E  ainda que fosse isso tudo, ainda que fosse uma festinha comum, ainda que não tivesse esse “público seleto”, o que a gente ganhar por se conter? Me veio esse questionamento, que cabe várias interpretações : Qual o preço de se  ser o que não é? De que vale ( o que aqui nós chamamos) se passar?

Por vezes é algo que não se limita ao ambiente, o que por entendimento podemos até não frequentar, mas o foco da discussão é esse “publicozinho” que assiste tudo “de camarote”, que se põe em pedestal com altura suficiente pra fazer o que na minha opinião é “ascender e apontar”.

“Se passar “ do brasileiríssimo ser o que não é, montar um personagem, mas que na opinião alheia traduz-se num simples: sair do padrão.

 Se passar é : curtir a festa.. Se passar é: conter a euforia. Se passar é : Passar vergonha.

Obs:. Passar vergonha em quem estiver com você.

Claramente vemos cada vez mais isso acontecer, turminhas que se apartam por essa diferença que o outro apresenta, por sermos um pouco mais animados, por sermos extrovertidos, por sermos no fundo... nós mesmos.

Mascarar a realidade é fácil, apontar e dissuadir, fazer do outro motivo de chacota aparente, colocar o nome na boca do povo e transformar em piada da semana, sempre tem desses, não se pode negar. Nada nos diferencia nesse ponto, nada! A única diferença é que quando se faz escondido ninguém tem motivos pra falar, quando tem medo se tornam cúmplices, quando tem lealdade se tornam amigos. E é desses a quem me refiro, a parcela hipócrita, que já teve o seu tempo, que já pulou, curtiu e zoou bem muito e que nem se importava com aparência, até serem eles mesmos a criar. Vez ou outra ainda caem na nostalgia de relembrar os velhos tempos, se acanham num lugar, não prejudicam ninguém, fazem igual ou pior, só falta a plateia.

Sou desses amigos que apoia. Amiga você quer ir? Vá! Você quer ajuda? Te ajudo. Precisamos dessas lembranças pra permear nosso futuro. Precisamos das risadas, e das marcas de guerra, precisamos das fotos pós-festa e dos arrependimentos também. Não adianta tentar mudar e nem seguir o padrão. As folhas caem, mas a árvore continua de pé.