A lista de espera




Foi essa semana a final do Masterchef, programa de culinária, uma competição gastronômica que foge dos padrões já criados para entreter os brasileiros. Sempre existe um euforia muito grande em torno de reality shows em geral, são como as novelas, e parecem ganhar mais público a medida que vem se aproximando do fim. Com o Masterchef não foi diferente, foi uma mistura de  pompa e êxtase pra saber quem ganharia o tão cobiçado prêmio final. Primeiro alguns candidatos, e depois outros menos. Os critérios de seleção vão sendo modificados a cada novo momento, em busca daquele que tenha menos falhas, ou melhor, o que seja mais completo, errar todos erram, seria hipocrisia dizer que não. No fim sempre se faz jus a máxima: que vença o melhor.

Pode-se dizer que essa metáfora inicial do texto exemplifica bem as nossas escolhas, somos bem seletivos quando o assunto são nossas decisões. Escolhemos nossas roupas pela sensação boa que elas nos provocam, conforto e/ou elegância. Fazemos programas já pensando em nos compensar pela semana difícil, fazemos novos amigos acreditando que farão parte das nossas vidas limitadas , buscamos nossos amores como quem procura um tesouro. Usamos critérios próprios, levamos em conta o que é melhor pra nós, o que nos faz mais bem, o que nos deixa feliz, o que nos traz... emoção.
Vamos sempre na onda de procurar o que é mais benéfico, mas será que sempre a melhor escolha, é a escolha do melhor candidato?

Vamos pegar uma situação chave: Nossos celulares bipam diariamente com várias opções diferentes que nos bombardeiam a cada novo instante com uma informação nova. É como uma corrida de carros em que os “contatinhos” se enfrentam, uma competição na qual você balança a bandeira pro ganhador. Nos apaixonamos por uma peculiaridade única que alguém apresentou, nos encantamos pela forma de pensar, ou pela atenção que recebemos. Nas questões de decisão nosso humor fala muito, e tem daqueles dias que você está subindo pelas paredes, em outros você só queria um pouquinho de atenção. Nossa carência é como nossa fome, e quanto mais você come, menos sozinho você quer ficar, no dia que não tem é um suplício.

Nem sempre nossas escolhas iniciais são bem feitas , e um a um os adversários vão sendo eliminados da nossa cartilha de seleção. Talvez essa seja a grande questão, ninguém liga pro segundo lugar... até ele se tornar primeira opção, até ele estar no topo da lista, até ele ser o próximo classificável.

E assim segue a fila, até o momento que pára. Nem sempre o ganhador é quem chega primeiro na linha de chegada. Escolha feita, hora de ter um só! E sem devoluções, sem arrependimentos. Assim como cantou ABBA, a reciproca tem que ser verdadeira: o ganhador fica com tudo.

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