À FILHADAPUTAGEM




 É conhecido momento de reflexão diária, aquele em que deitamos a cabeça no travesseiro e pensamos em tudo que dá um sentido a nossa vida. Remoemos o não aproveitamento do dia, listamos o que fazer no dia seguinte, pensamos no que deixamos e o que ainda vamos fazer.

Pensar, no fim do dia é relembrar todo e qualquer momento, nosso cérebro é a  área de  trabalho de um computador, cheio de pastas e atalhos de memórias, só esperando um clique para serem acessadas.

Não nos limitamos talvez  a projetos futuros, mas sim aqueles que nunca fizemos, ou aqueles que nunca mais faremos. Temos aquela centelha de consciência sempre que acessamos nossa parte ativa da memória, lembrar do que foi bom é um acalento generoso quando a gente já tá pegando no sono, mas quando ele não vem ( o que é frequente) , todo tipo de coisa aparece em nossa cabeça. 

É tudo por etapas, vamos ao resumo do dia. aos compromissos da semana, aos convites ainda não respondidos, à agenda de não cumpridos, " amanhã tem que lavar  o carro", " tenho que fazer a feira", " amanhã  é o pagamento da fatura do cartão". Tudo que merece atenção imediata. Depois são desejos a médio prazo, a longo prazo, são coisinhas nossas, pessoais, que só fazem sentido na cabeça da gente. É só um reforço, um estímulo, pra gente não esquecer do futuro.

O convite para dormir é a esperança de que um novo dia vem, mas até lá, o que passa pela nossa cabeça não é coisa lá muito boa. Todo dia é a mesma coisa, ser grato pelo que tem, e se arrepender pelo que ainda não conseguiu. Ou perdeu.

Quem dirá que estamos errados? A nossa vida é julgada por todo mundo, a todo momento. Atitudes de comportamento e expectativa.  Mas não há julgamento maior do que o pessoal, na hora que você deita e pensa " nossa, tudo podia ser diferente" , " nossa, eu estraguei tudo", " Meu Deus, isso nunca mais vai acontecer comigo de novo". 

Nossa consciência pesa, e em quase todas as vezes a gente não pensa na gente, e sim no outro.
Nunca pensamos em atingir alguém, nunca pensamos em fazer mal àqueles que tanto nos fizeram bem, nunca pensamos   em "poder ser o vilão de uma história". Pois bem, se o arrependimento toca a nossa porta é justamente nesse ponto.

 É a palavra lançada, a frase não dita, a escolha não feita. É  a hora em que a gente acredita que bicho papão existe, e é um medo pessoal que só assusta você. É a hora que você  compreende que os fantasmas vem vez por outra te atormentar, é aquilo que tira o teu sono e te enche de angústia, é aquele momento, quando você quer de um tudo, mas no fim não pode fazer nada.

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