GENTE GOSTOSA


Um corpo é um corpo. Não lembro bem quem disse isso, mas interpreto como verdade. Nossa imagem é nossa propaganda pessoal, nosso cartão de visita para desconhecidos. Critério de análise primordial, por vezes essencial, que faz com que as pessoas nos conheçam assim, “de cara” ou que nos reconheçam ( no duplo sentido da palavra). Tudo bem vamo lá, sem enrolar, gente bonita causa interesse certo? Certíssimo! Quem não se atrairia pelo homem fisicamente perfeito? Poucos resistem olhar pra mulher que passa na rua, que vai marcando o caminho com um perfume invisível de sedução, perfume visual, só o olhar consegue captar. Comer com os olhos é uma metáfora pra lá de verdadeira, mas se a conversa continuar por ai, vamos puxar um a observação, por que cá entre nós, tem muita gente que é , sem o menor pudor, intragável. São daquelas pessoas que literalmente “não te descem” goela abaixo. O caminho entre sentir borboletas e embrulhar o estômago são vertentes de um mesmo caminho, mas a gente não percebe isso até cair em um deles.

Não vamos mascarar a realidade, Nós sentimos vontade do  que vemos mesmo, o que é bonito aos nossos olhos. A Beleza vem travestida dos mais diversos elogios mascarado de boas intenções. Fetiche do corpo e vício da boca, o que atrai mesmo é o popular “gostoso(a).

Gostoso é tudo aquilo que instiga nossos sentidos, é o que aguça nosso paladar, que faz você fechar os olhos pra ouvir, é o que toca nas mãos e passa pelo corpo todo como uma tensão que libera tudo de seu corpo. Gostoso é tudo aquilo que nós dissemos que não era, gostoso está entranhado na cultura pelo status do corpo, pelos bronzes artificiais, pelos “Davis” de Michelangelo que desfilam nas redes sociais, pelas curvam que instigam nossos instintos mais sacanas. Gostoso é tudo aquilo que só se vê com os olhos, e se a beleza está nos olhos de quem vem, aiai, pois o mundo está numa onda caótica do seguinte problema: Cegueira cerebral.


O corpo é a propaganda do negócio, mas o produto precisa de uma coisa “qualidade”. Sem qualidade ninguém recomenda, ninguém procura de novo, ninguém sabe que é bom mesmo até ter um por perto. Produto bom, é como pessoa de qualidade. É daquelas que você senta pra conversar e diz, poxa, que delícia que é você. E você quer devorar por inteiro, é quando sabe dos gostos, é quando ouve as histórias, é quando o tempo passa e você nem vê, quando vocês sabem a mesma música e não ligam se não viram o último filme que lançou. É aquele tipo de interação que você exclama e diz “ foi muito gostoso te conhecer”. São essas pessoas que não despertam o instinto selvagem dentro de nós, mas despertam algo mais. Não é do tipo que passa na rua e você pensa “ é muita areia pro meu caminhão”. Mas você sabe, que se valer a pena, não tem problema dar duas viagens.

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