o Legado de Regina Vadia
O livro do arraso é a personificação perfeita
do mundo das garotas dentro de um exemplo só, é uma mistura de deboche e meias
verdades que acreditamos existir, ou que inventamos só para satisfazer nossa
imaginação maliciosa, é o conjunto dos assuntos que guardamos dentro do nosso
grupinho pessoal. Na nossa panelinha temos uma regra, “o que se fala aqui,
morre aqui”. Não é bem a lei que norteia as poderosas de Regina George, e nem
tampouco um pedido que se estenda às suas seguidoras. A ficção do universo de Meninas
Malvadas é uma religião particular, e Regina George é sua Deusa, com toda
sua beleza e cinismo aparentes, a referência do “mal em figura de gente” se faz
habitar de uma forma especial em cada pessoa adepta da sua ideologia. Ser uma pessoa egoísta, traiçoeira e
descarada não são mais características que se encontram isoladamente, agora
todos eles encontraram uma igreja para cultuar sua essência e destilar seu
próprio veneno. O LDRV
O grupo é “Secreto” , e nas folhas virtuais do seu Livro
do Arraso, as postagens tem um teor informativo bem diversificado, vão dos
amostrados habituais aos carentes de plantão. Todo mundo conhece algum. Os adeptos do “Quero atenção” não partem da
simples propagação de opinião, o fator principal é o se fazer notar, é falar
mal, é ter a resposta na ponta da língua, é habitar o pedestal, é ser
ovacionado. De onde partem as autoestimas fracas e os egos inflamados? Não sabemos , mas é conhecido o local onde se
encontram. Patrocinados por quem compra sua postagem eles se autopromovem
dentro das tours com pouca ou nenhuma
relevância. Não são só os amostrados, ou a paquera fácil, mas lembrem também
dos carentes, dos ociosos, e daqueles que como qualquer pessoa adora uma
fofoca.
Mostrar opinião é uma exposição pessoal em
qualquer situação, aqui não é diferente, mas assim como certas panelinhas você
precisa respeitar as regras do grupo, é como jeans e moletom às sextas, ou rosa
às quartas feiras, se você não seguir essas regras não pode sentar.
Mas assim como participar, observar também
mostra um pouco de cada um.
Em muitos lances da vida a coisa acontece
quando a gente para de dar pitaco e observa. Quando a gente fica de espreita,
descobre mais do que o que corre pela boca miúda, descobre mais do que aquela
conversinha já conhecida de “fulano me disse tal coisa...” Essa é uma parte
boa, é como uma peneira social, observar ajuda a dividir, ajuda a decifrar parte da
vida daqueles que só conhecemos por simples postagem ou comentário, ajuda a
diferenciar, uma análise própria: quem sim, quem não e quem nunca.
Embora ácidas, as postagens não pintam com
maldade todo o grupo do LDRV, aqui ou ali serve pra lembrar a importância do convívio
social. Quantos amores já vimos serem formados, quantas declarações, quantas
lágrimas não derramamos por termos nos colocado no lugar de alguém com que nem
temos contato? Começamos brigas bobas com desconhecidos do comentário abaixo, e
com a mesma intensidade damos força pra alguém que está com câncer. No fundo
temos coração, inteiro ou em pedaços, cheios de amor ou de ódio. Diversidade, a
gente vê por aqui.
Com material diversificado, a gente tem que ter
fôlego pra acompanhar tudo, tem que ter paciência pra relevar algumas coisas, e
tem que ter bom humor pra lidar com tanta ignorância. Passear por onde as
cobras habitam pode ser perigoso se você não tiver o veneno certo ( ou o
antídoto). Esse é o segredo pra sobreviver no LDRV, é uma regrinha básica, é um
caminho que clareia aos poucos, é um cuidado constante. Fale bem ou fale mal, os
fracos não são aceitos, e os intolerantes não duram muito tempo, aqui a
regrinha é só uma “ Se não sabe jogar, não desce pro play”.
Sincero e verdadeiro.
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