Uma dose diária de sofrimento
Ligamos o noticiário, saímos pelo centro da
cidade, abrimos nossa carteira, e por ai vai. A
definição de cada um sobre o “sofrer” é bem pessoal, é pelo fato da
conta não bater no fim do mês, ou porquê tem alguém muito querido no hospital,
pode ser pela promoção perdida ou até mesmo pelo resultado do concurso.
A cada nova decepção a centelha da nossa desesperança
cresce, é como um fogo pequeno, que vai sendo alimento pouco á pouco, até que
chega num ponto tão quente quanto ardente, a cabeça é a prova, ela é a primeira
a pedir um doril.
Dinheiro é sempre um problema, se falta foi mal
administrado, se pagou tudo precisa economizar, se sobrou um pouquinho é porquê
esqueceu alguma coisa, ora ,ora, administramos nossas finanças como
satisfazemos nossas vontades, é quitar tudo, é comprar uma roupa. Qual sua
prioridade?
Pros sensíveis de plantão é um choro diferente
a cada nova tragédia, é toda sensibilidade com os miseráveis, é paixão
intercalada com horários, 18, 19 e 21 da noite, vale relembrar o último
capítulo.
Não questiono quem tem fé, mas é cada novo
cristão que aparece nesses leitos de hospital que podia encher uma nova igreja.
Não vamos julgar, quando a gente não pode fazer mais nada a gente pede pra quem
pode, pode ser pra qualquer um, pode ser pra alguém especial. Feia é a dor dos
outros, a nossa é horripilante, daqueles pesadelos ruins, daqueles que a gente
torce pra uma hora acordar.
Pros amantes o sofrimento é passageiro, é uma
saudade até a noite, é uma viagenzinha que separa, é uma briga boba, é um
ciúme, é um erro , um descuido. Pros amantes o sofrimento é passageiro, é pedir
desculpa, é dar uma segunda chance, é abraçar mesmo querendo sair correndo, é
ter mais um pouquinho de paciência, é não jogar na cara.
Pra quem gosta assim pertinho é até bom, pode
conversar, pode discutir, pode gritar e pode pedir desculpas depois. Pra quem tá
assim perto é bom dizer de vez em quando “ você é muito lindo ,sabia?” e não é
a parte de fora. É bom dizer, é bom ouvir. Afaga o corpo, acalma a alma, tira o
stress.
Só entende o amor quem prova, quem sente o
feedback, quem manda de volta. Pior é quem prova, quem gosta e depois sente
falta. É um dose diária de sofrimento, quando o gostar é unilateral, quando o amor
só floresce na gente. É bater na mesma tecla. É aceitar as mesmas desculpas, é
perdoar sempre que possível. É terminar o namoro e cair na rotina, é procurar e
sentir falta, é aceitar que o outro seguiu, é chorar sem pedir plateia, é
sufocar sem nunca ter dito, é gostar em segredo, é se matar sem sequer ter
morrido. Mas morre sim, amor é arma, a presença defende, a falta dele mata.
Pros amantes a dor é passageira: Acompanha, vai
junto.
Nossa dor advém da nossa falta de esperança,
dos nossos sonhos perdidos, das nossas dores alimentadas. Nossa dor é tipo
identidade, gosto, genética. Só você pode ter, só você sabe como é. É como
flor, sem cuidar murcha. E morre, mas...morre aos poucos. Essa é parte que dóis
mais: É como a vida saindo da gente, é como a esperança que se esvai.
Aprenda, amor é arma!
ResponderExcluir