A Hierarquia do Come-Come
A cadeia alimentar é explicação que é aprendida
ainda no começo da vida, um modelo organizacional onde alguém come alguém para
poder sobreviver. Bem simples o esquema piramidal que facilita o entendimento
infantil. Nós crescemos e percebemos que muitas vezes esse mesmo sistema afeta
nossa vida mais metafórica do que realmente. A divisão dos grupos se dá por
modelos de pirâmides nem sempre tão elaborados, não chega a ser organizacional,
mas o princípio é bem análogo ao já aprendido: quem come quem, e quem fica no
topo da cadeia alimentar. Diante disso podemos nos questionar, como nós, seres
humanos com racionalidade superior selecionamos a próxima presa? Como dividimos
os degraus da pirâmide que nos torna melhor do que outros?
Nosso sistema de seleção parte de dois princípios
básicos: Critérios pessoais e necessidade. O que nos leva à várias questões
entre elas o porquê de sermos tão seletivos com as nossas escolhas. Não basta a
pessoa ser só bonitinha, tem quer ser bonita e atraente, não basta ter um nariz
perfeito a sobrancelha tem que estar impecável, não basta ter um perfume bom,
não basta ter dentes bem feitos, não, não basta, nosso egoísmo não permite
muitas falhas, não vivemos nossa vida alimentar com realismo, vivemos com
perfeição.
Perfeição, palavra-chave, não sai da nossa boca
se alguém pergunta “que tipo de pessoa te atrai”. Nos prendemos às nossas exigências
pessoais, muitas vezes limitadas a “beleza e bom humor”, alguém atraente e que
te faça rir. Serio? Vai contar piadas na cama mesmo? Sem muita conversa, nossa seleção
se baseia na presença do Status Quo, Onde a hipocrisia reina sem fim, numa
sociedade onde beleza e bom humor são pré-requisitos, mas que não permite um
contato maior se o indivíduo não carregar um nome na praça ou um “atrativo”
$ignificante. Somos um pouco egoístas até o ponto que nos permitimos ser, que a
nossa vontade nos permite.
Vemos raças se mantendo com raças, meios ricos
que não se misturam à classe média,
filhos de “ sabe-se lá quem” que vivem à sombra do legado, brancos que não se
misturam à negros, e mais uma infinidade desse tipo de gente, que não se
mistura , como se gente fosse um tipo de doença venérea, como se fosse mancha
de caráter, como se fosse erro à não ser cometido. Nossa realidade beira ao
cinismo, do tipo que faz horrores entre quatro paredes e no meio da rua vira a cara como se nada devesse. Acordem, bom
dia não faz mal a ninguém.
Humildade não faz mal a ninguém, contentar-se
com pouco ( ou com menos) não é sinônimo de fraqueza ou falta de ganância, é o
que traz à tona sensibilidade pessoal, é o que te permite, que te permite
conhecer, que te permite ir contra a maré. Sensibilidade não quebra a pirâmide
do status quo, sensibilidade não te tira do teu pedestal, mas , nesse mundo de
feras em que vivemos, existe a lei da selva : um dia é da caça e outro do
caçador, e não se esqueça: na cadeia alimentar também é assim.
Brilhante.
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