Fica só entre a gente tá?
-Tudo bem. Senta aí. Eu vou te contar tudo...
Quando vamos nos abrir para os nossos amigos
não fazemos cerimônia nenhuma, depois de tanto protelar, de pensar só, nós
recorremos pra quem nos dê suporte, pra alguém que seja nosso “ ponto de
apoio”. É até bom, nosso ciclo de amizade pode parecer pequeno, mas a rede que
nos liga uns aos outros é sempre necessária pra movimentar as informações,
sempre tem “alguém que conhece alguém”, sempre tem “um amigo que soube”, nunca
estamos seguros quando o assunto é segredo, pelo menos duas pessoas sabem, e
sendo assim uma hora ou outra uma delas solta.
Durante muitos momentos da nossa vida ouvimos a
célebre frase “fica só entre a gente tá?”. Cá entre nós, quem nunca ouviu que
atire a primeira pedra. Seja o que for, é um segredo, é um lance proibido, é um
pacto, ou seja lá como se chama, vários são os nomes que mascaram a mentira.
Criamos casinhos que não passam de duas semanas, temos encontros escondidos que
“ninguém pode saber”, bebemos sem ter idade, beijamos a pessoa errada,
quebramos a nossa cara.. Muitas são as coisas que queremos esconder, que não
queremos que se torne público. Mas existe uma rede por trás disso tudo, o boca
a boca sai mais eficiente que qualquer rede
social, e o que não se sabe ao certo, se aumenta.. e como aumenta. Esses
segredos são como cicatrizes.. Feitas uma vez, vão carregadas conosco por uma
vida toda.
Somos bem resolvidos quanto à história de “Quem
come quieto, come duas vezes”. ( Só um exemplo pra ilustrar) mas as vezes nem
isso. Existe gente muito boa sim! Tendo
cuidado, tendo zelo com a gente, tendo preocupação.. Quem tem uma dessa por
perto.. Uau! Parabéns, não espere ir embora pra percebe-la .Às vezes nos acomodamos demais, queremos algo
a mais, mas não agradecemos o que temos. Assim como os bons, também tem gente
que não vale muita coisa. Enrolar, fazer pouco caso, ou mostrar pouco interesse
parece se fazer necessário pra conseguir o que quer, o “ser fácil” não pode
entrar em cogitação. Ahh não pode! Não vamos falar de família, não vamos
adentrar em assuntos pessoais, isso sensibiliza demais a relação. Não, claro que
não... Vamos ser o mais mecânicos possíveis, vamos ver até onde a pessoa aguenta, vamos testar o interesse. Ligar no
dia seguinte, mandar uma mensagem, volta e meia perguntar como está não é regra
social, é educação. Ou melhor, é cuidado.
Cuidado, é melhor ter. Dois sentidos levam ao
entendimento disso, mas um é bem claro, quem não cuida, perde. E outra, às
vezes é bem melhor perder, mas a gente não se dá conta, até que deixa de fazer
parte da nossa vida. Como uma sombra, a gente vê que é até bom que criamos
distância das pessoas “erradas”. Saudades? Só se for da época que não as
conhecia. O “Fica só entre a gente” continua, a boca segue fechada. E ainda
bem! Com o tempo a gente vê que é até melhor não se associar esse tipo de
gente.
Cuidado também com os nossos “amigos”, com os
nossos relacionamentos de “para sempre”, com os nossos “Eu te amo” da boca pra fora, certas coisas vem a ser
verdadeiras só sendo sentidas, quem é próximo conhece, quem é “de casa” nota,
quem fica perto pergunta. Quem quer seu bem senta e escuta, abraça e conforta,
e aquilo fica só entre vocês, sem a necessidade de contrato verbal.
tá raríssimo hj em dia encontrar um fica só entre a gente... O que tem de sobra é: menino tu nem imagina o bafão q tenho pra te contar....
ResponderExcluirtá raríssimo hj em dia encontrar um fica só entre a gente... O que tem de sobra é: menino tu nem imagina o bafão q tenho pra te contar....
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