Entre Quatro Paredes
Na nossa listinha pessoal de coisas "à fazer" sempre tem uma
cota reservada para "uma aventura perigosa". Pode notar, fazer algo
arriscado tem presença fixa na nossa lista, seja pela dose de adrenalina, ou
simplesmente pela satisfação pessoal de ter feito. Foi-se o tempo de
buzinar a campainha e sair correndo, o negócio é mais em cima ( ou mais embaixo
) , a brincadeira se tornou mais perigosa, e cá entre nós: a ideia do
proibido ser mais gostoso é sempre verdade.
Com o tempo a gente cresce e aprende como entrar no jogo, é tudo uma
fase, nosso crescimento vai chegando aos poucos, é como dizer que “vai pra casa
da amiga”, ou dar aquela “rapidinha” no carro , espécies de figurinha que todo mundo precisa
ter no seu álbum de vida. Vista permitida só pra que é bem próximo (ou às vezes
nem isso).Um jogo, um segredo, quando ninguém pode saber é tudo uma delícia, é
como um prazer a mais. São das regras que pedem voto de silêncio, que soltam
aqueles " fica só entre a gente”.
Mas não perde nunca esse teor de brincadeira, vivemos sempre no escuro
tateando por algo que nos tire dessa cegueira temporária, procurando alguém que
nos guie, talvez isso explique bem a expressão “confiar de olhos fechados”. O
segredo é confiança. Ou nem sempre...
Nossa ideia do que fica entre quatro paredes é quase sempre a de
insistir em algo bem proibido, mas nem é isso, nossas paredes se limitam dentro
da nossa realidade. Pra uns as paredes significam uma boa foda, um segredo que
ninguém pode saber, um fetiche, um desejo que só se consuma sozinho. Pra outros
pode ser simplesmente a necessidade de um abraço, de alguém que chegue e diga “
vem cá eu te ajudo”, de alguém que faça diferente, que saiba do seu íntimo, que
chegue devagarzinho, que interprete bem sua intimidade. A beleza do segredo é
que ele não é um espetáculo( e ainda bem). Já existe plateia demais na vida da
gente
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