O Fim do Culto ao Sexo Frágil





Parece até receita pronta, essa que sempre trás os mesmo ingredientes, ou melhor, as mesmas palavras quando se trata de : Vamos falar sobre as mulheres. Mais um dia dedicado à elas, mais uma data internacional, mais um dia das mães, mais um aniversário, e ai? A retórica é sempre a mesma, os exemplo são sempre iguais, os discursos( por um dia) vem travestidos de uma igualdade mascarada pelo machismo(aparentemente) retraído. E ai, vamos falar das mulheres, vamos sim.

O culto ao sexo frágil já começa pelo próprio estereótipo apresentado. Sexo frágil.Frágil? Tem certeza? Nem tão frágil assim, aliás é bem longe disso. É necessário muita força e coragem pra ser qualificada como mulher. É de modo bem clichê que essas frases prontas são usadas das mais diversas formas nos textos que seguem na linha “homenagem ao dia internacional da mulher”.  É verdade sim, que todo teor apresentado carrega na essência a realidade que visa ser apresentada, mas é tantas vezes de modo tão fraco, que deixa a desejar o quesito “realidade” na temática apresentada pelos mais diversos textos. São tantos “parabéns” e “viva o dia da mulher”, que se torna uma simples atitude comportamental, ação feita anualmente com o propósito apenas de “não vamos deixar passar em branco, parabéns”, sem a busca do verdadeiro motivo pelo qual está se parabenizando.

Essa parabéns de um dia só é reconhecimento pra uma vida toda. Vida essa que já começa com a necessidade do amadurecimento. Todo mundo aprende que a mulher amadurece primeiro que o homem, a ciência nos faz entender toda análise hormonal que regula o corpo feminino, nos faz entender que o corpo todo cresce mais cedo, e junto com isso trás a lição muitas vezes  imperceptível, saber se portar, saber como ser mulher é algo que se aprende desde cedo, e isso não é escolha.

A mulher não tem escolha mesmo, e por razão disso descobre tudo mais cedo, o prazer da vida, o sofrimento, o aprendizado... Depois da primeira decepção ela não tem mais aquele sonho do príncipe encantado, ou melhor, ela acredita, mas não fica esperando sentada, corre atrás, e se ele não quer, manda mesmo pra p*** que pariu. E essa história que mulher é exigente? Tudo verdade! E graças a Deus! Tá cheio de homem por ai que não sabe nem o que quer, mas elas sabem, e justamente por isso elas já dispensam logo. Dizem não uma,duas,três.. dez vezes.. “Me prova que você vale a pena” elas pensam e completam “que eu faço valer”, mas são poucos os que realmente estão dispostos. E ainda há quem queira um lance fácil. Ora, o que que tem? É bem controverso uma sociedade que qualifica mulher como “ complicada” mas quer que ela caia na primeira conversa de “vamo ver um filme lá em casa”. E ainda tem essa, na boca de homem que não presta. Mulher boa não vale nada. Tá cheio de “puta” por ai, segundo vários deles. Se puta for sinônimo de mulher bem resolvida, pois tem MUITA MULHER PUTA por ai. Mulher é exigente SIM. Ela precisa ser.

Exigente pra tudo, desde a roupa que veste até o namorado ideal. Já é conhecida essa história da mulher ter mais atenção ao detalhe, essa espécie de sexto sentido que já vem (brilhantemente) embutido, como também não se pode esquecer a capacidade de exercer multitarefas , habilidade essa que (a maioria) desempenha com perfeição. E desempenham mesmo. Mulher é associada  a faz tudo, é amiga. Mãe, tia.. dá conta da vida dela, dos filhos, do marido... Resolve problema de toda solução, é professora cotidiana, psicóloga, general da casa, bota ordem na bagunça toda, resolve a vida de todo mundo pra que a sua fique em paz.. Quando se casa.. ai meu Deus! Quem disse que homem é um ser prático? Todo tipo de problemática cai pra cima dela, quer que resolva os traumas da adolescência, todo costume dado pela mãe tem quer ser perpetrado, toda adulação é bem vinda, toda atenção faz parte. A esposa acima de tudo tem que ser compreensiva, e mais ainda, tem que ser mãe... tem que ser amiga... Depois não sabem porquê a mulher cresce mais cedo? Taí o porquê.

O “Sexo frágil”Não se vitima por trás de discursos feministas, mas faz uso deles pra mostrar o quão iguais todos podem ser. Cada um dentro da sua realidade. E ainda há quem queira fazer uma guerra por isso, dizendo que “ lugar de mulher é na cozinha”. Pois taí. Uma resposta boa pra pra dar, nesse que é o “Dia internacional da Mulher”, faz igual a cantora Pitty e responde a altura: pois eu não volto pra cozinha, nem o negro pra senzala, nem o gay pro armário. o choro é livre ( e nós também)”.

Sexo frágil é o caralho. Mulher aguenta tapa na cara todo dia. E nem por isso baixa a cabeça ( E nem deve).

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